segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012

Um aperto no peito, uma ansiedade incontrolável, um mergulho em mim mesma. Hoje é o ultimo dia de 2012 e existe tanta coisa dentro da minha cabeça. Tantos acontecimentos. Tantas coisas que marcaram. 2012 foi um ano decisivo, foi um ano cheio de mudanças e finais. Um ano em que eu me conheci realmente como Ser Humano. Infelizmente sofrido, pois passei em silêncio a maioria das mudanças internas, todas essas transformações silenciosas que a alma passa e se regenera. Eu mudei muito, muito mesmo. Faltavam 3 meses pra eu me formar em jornalismo, e então abandonei os 4 anos de faculdade,parei tudo pra me conhecer, pra recomeçar do zero, pra fazer algo que realmente irá fazer minha alma vibrar. Para alguns uma atitude covarde, pois faltava apenas 3 meses, para mim, uma atitude essencial,a atitude mais sensata que já tive em minha vida, sempre precisei de extremos, sempre fui radical em minhas escolhas, e acredito que um diploma na mão iria fazer de mim, uma simples descontente. Descobri que minha vocação não está presa num jornal, numa tv, ou em qualquer coisa relacionada a mídia. Esses 4 anos me sufocaram, me fizeram criar uma aversão e revolta a jornalismo. Eu não quero participar, eu não quero estar nesse bolo todo de coisas erradas e manipuladas. Eu não teria orgulho de ter esse diploma, admiro os que fazem jornalismo por amor e que fogem disso que acabo de citar, mas eu, eu realmente não me enquadro nisso. Eu não amo jornalismo. E não foi só na vida profissional que 2012 me trouxe mudanças, a minha vida pessoal também passou por um bocado delas. Por dentro havia em mim sentimentos novos, eu havia misturado amizade com amor. A princípio sem perceber, sem entender o que sentia, o que estava acontecendo. Definia tudo aquilo como um carinho, um carinho especial. Eu deveria ter aprendido a dar nome as coisas, a ser mais específica, sempre soube que assim tudo ficaria mais organizado e fácil. Mas não, eu não sabia que sentimento era aquele,de onde vinha aquele carinho diferente. E então eu fui levando, até o dia em que eles desmoronaram, até eu descobrir que eram mais intensos do que eu imaginava, até eles fugirem do meu controle... Descobri muita coisa por causa desse sentimento, descobri muito do que sou, como ajo, o que penso,o que quero. Esse sentimento me fez crescer, ajudando em todas essas transformações internas que passei, sofridas, porém a evolução nem sempre é com flores e carinho. Ela é dolorida na maioria das vezes, e é só assim que faz com que enxergamos muitas coisas guardadas dentro de nós, que nem imaginamos existir. Um ano cheio de descobertas e dificuldades, em todos os sentidos. O ano mais importante da minha vida, que vai fazer com que várias coisas boas brotem de dentro dessa alma que agora vai sair para o mundo sem medo de ser! 2013...vem contudo, eu te quero muito!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Era um pedaço que fazia muita falta. Sei lá se era pedaço. Se era buraco. Era torto, oco, opaco. Com um laço, um nó e muita lama. Vários traços. Era um buraco escuro dentro de um pedaço, era a falta de tudo. Era o que ansiava florescer, era o querer lidando com a ausência.
Era um pedaço que se foi com a noite silenciosa. Calado, escuro, contido. Mayna Delle Donne Néo

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

a estrada do meu sonho

A estrada fazia cada vez mais sentido na minha vida. Era preciso estar nela, seguindo um caminho qualquer, ou um destino programado. Mas era preciso estar lá. Era preciso partir sem rumo, querer sem expectativa, sentir sem desespero, caminhar sem direção, sair em busca do autoconhecimento. Em busca de si mesmo. O dia a dia, as pessoas, o tumulto. Tudo isso fazia com que eu ficasse cega, murcha, apática. A realidade massacrava todos os sonhos, massacrava minhas tripas. E eu mais do nunca necessitava viver dos meus devaneios, sempre necessitei viver intensamente apaixonada, com toda a alma, tripas e falta de ar. Viver como uma criança ingênua que transborda por ver um cavalo, ao passar a mão numa flor, ao sentir o cheiro da dama da noite, ao sentir a chuva entrando pelos poros. Ansiava por um fogo de curiosidade, uma chama de euforia. Eu havia por muito tempo fugido de mim. Havia sentindo tantas coisas novas, e aprendido a gostar de fato de alguém. Havia passado por transformações internas, intensas e doloridas. E assim, conhecido a mim mesma, como num espelho interior, um espelho que refletira minha alma. Me perdi entre os sentidos, entre o querer e o agir. Aprendi que quando se quer algo de fato, as chances de tomarmos atitudes são desastrosas, fazendo o caminho fugir da rota. E o caminho para um explorador é essencial. O caminho é seu porto seguro, sua vida. Umas tranqueiras e uma estrada inteira pela frente. Asfalto, sol, música, calor e lugares novos. Ir em direção ao desconhecido, ir em direção aos desejos da alma. Explorando lugares, explorando cheiros, sabores e toques, explorando a si mesmo.
Mayna Delle Donne Néo

sábado, 20 de outubro de 2012

é assim, é assado

Não lhe compreendo e é por isso que lhe admiro tanto Porque não sei quem você é, porque anseio descobrir Escuto teu nome escorrendo pelas minhas veias, descendo por cada célula, pulsando minha total falta de ar Numa falha tentativa de ritmo e intensidade descontrolada entendo o teu sentindo dentro de mim embora fuja do que isso significa Na contramão a gente se tromba, ora se descobrindo, ora se repelindo Pelo reflexo do meu peito sinto suas atitudes E o inverso do que sou é tua ausência Não lhe quero porque o querer é vago, arde, flameja e passa Lhe admiro porque o admirar é inesgotável, puro e congela no tempo Tempo que transborda junto com todas as saudades e soluços. Mayna Delle Donne Néo

domingo, 7 de outubro de 2012



Eu fugi de mim mesma por muito tempo.
Fugi de quem sou, do que quero, do que espero. Me perdi entre todos os sentidos. Entre o querer e o não querer. Fracassei, deitei sozinha e chorei, um choro introspectivo, lágrimas contidas escorriam lentamente, quentes e silenciosas. A alma quebrada, partida em pedaços. Sem o domínio, sem o controle, sem o ar.

Mayna Delle Donne Néo